sexta-feira, 22 de maio de 2009

Coisas do Cotidiano: O médico I


Ele era um pessoa comum. E pessoas comuns são pessoas comuns. Seu único diferencial era sua profissão. Médico Neurologista. Ele era um médico. Vinte anos de profissão inteiramente dedicado aos seus pacientes.
Tinha sua rotina habitual. Seu consultório particular e os seus cargos em dois postos públicos de saúde, cada um em municipios diferentes dessa cidade de São Paulo. Tinha que manter a mente arejada, fresca e leve. Lidava diariamente com a saúde mental de todos os seus pacientes.
Já tinha presenciado inúmeras coisas durante esses seus vinte anos de profissão em sua sala de consultório. E sempre dizia que nada mais o surpreenderia. As diversas sindromes que foram surgindo e sendo diagnosticada pela ciência ele acompanhava e se atualizava.

Ele lembra-se que certa vez um homem procurou seu consultório porque a mulher dele se queixava de várias dores de cabeça durante á noite. E as dores eram somente noturna, bastava ele o marido chegar em casa que ela reclamava das dores. E com os olhos marejados de lágrimas confessou que sua vida sexual estava acabada.


Ele um trabalhador comum operário do setor civil, saia cedo de casa, retornava ao lar somente ao escurecer. Mas era nesse retorno que sua esposa sofria da maldita dor de cabeça. Ele como médico precisava da paciente para avaliar sem ela ali não seria possível. Mas ele com toda sua experiência de vida porque o caso em questão não era experiência de saúde. Ele tinha dois diagnósticos: ou ela tinha outro e o evitava durante á noite quando o marido chegava ou o amor tinha acabado.


Mas ele não poderia dar esse diagnóstico para aquele homem. Isso não era problema dele. Não era isso que ele queria ouvir. Não foi atrás da sua experiência de vida que ele sentou em sua cadeira. Não teve dúvidas e falou: Vá buscar sua esposa ainda é cedo. preciso examina-lá.


Eram dez horas da manhã, ele havia faltado no trabalho para ir naquele consultório. Pelo horário sua esposa estaria acordada e o melhor sem dor alguma. Quem sabe antes de retornar ao consultório ele consiga ter sua mulher em seus braços. O corpo corresponde aos pensamentos estica a blusa. Pega a chave no bolso, abre a porta, entra no quarto.


Duas horas da tarde o movimento ainda era intenso naquela na rua. O carro do IML havia deixado aquele lugar alguns minutos. O médico olha o carro passando. Para ele aquilo era normal.

Pensa no paciente que não retornou com a esposa. Uma enfermeira entra em sua sala e diz: Doutor sabe aquele homem que veio aqui em seu consultório de manhã..se matou. Motivo ninguém sabe ao certo. O corpo foi encontrado pela esposa e pelo irmão do falecido na cozinha.


Ele tinha suas desconfianças.. Mas era apenas um médico.




Deusa....
















Um comentário:

Simplesmente Ser disse...

Tadinho, alem de tudo ainda morre

Se tá sádica eim moça, rss.