domingo, 31 de maio de 2009

Voraz e insaciável


Kleiton

Quando você chega:

atiçado pelo meu cheiro..

Nessa mistura de odores e temperos..

Voraz e Insaciável...
Você

Devora-me sempre:

Por Inteira!

Deusa

Palavras Ditas em um Divã.


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Fragmentos

Juro que tentei enxergar o brilho das estrelas ontem.
Juro que tentei enxergar o sol amanhecendo hoje.
Juro que somente consegui enxergar o meu umbigo.




Existem pessoas que esperam somente um amanhecer.
Eu espero por dois.

As vezes precisamos ser frágeis
para vermos o quanto somos fortes.

domingo, 24 de maio de 2009

De um lado X Do outro lado




De um lado existia alguém que conheçia há anos.
Do outro lado alguém quase que desconhecido.
Do lado conhecido existia carinho.
Do outro lado carinho e desejos.
De um lado o presente sem futuro.
Do outro lado presente e futuro.
De um lado a consciência pesava.
Do outro lado a consciência livre.
De um lado o silêncio ensurdecedor.
Do outro lado elogios e carinhos.
De um lado o ódio.
Do outro lado o amor.
De um outro lado estava minha alma.
Que tinha escolher que lado seguir.
De um lado uma vida que foi construída.
Do outro lado uma vida que eu sonhava.
De um lado alguém que me pedia uma chance
de continuarmos o que não existia mais.
Do outro lado alguém que nada pedia..apenas me deu.
Eu fiquei com o outro lado..pq ele me deu o seu Amor.
E juntos formamos todos os lados.

Kleiton...

Se um dia esse coração não sabia por que
batia tão feliz quando te via..
Há tempos ele sabe que encontrou em você o
Amor.
Também sei o quanto é sincero o Amor que me dedica.

Por isso:

Vem, vem, vem, vem..
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz..

E como somos felizes!

Te amo muito!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Coisas do Cotidiano: O médico I


Ele era um pessoa comum. E pessoas comuns são pessoas comuns. Seu único diferencial era sua profissão. Médico Neurologista. Ele era um médico. Vinte anos de profissão inteiramente dedicado aos seus pacientes.
Tinha sua rotina habitual. Seu consultório particular e os seus cargos em dois postos públicos de saúde, cada um em municipios diferentes dessa cidade de São Paulo. Tinha que manter a mente arejada, fresca e leve. Lidava diariamente com a saúde mental de todos os seus pacientes.
Já tinha presenciado inúmeras coisas durante esses seus vinte anos de profissão em sua sala de consultório. E sempre dizia que nada mais o surpreenderia. As diversas sindromes que foram surgindo e sendo diagnosticada pela ciência ele acompanhava e se atualizava.

Ele lembra-se que certa vez um homem procurou seu consultório porque a mulher dele se queixava de várias dores de cabeça durante á noite. E as dores eram somente noturna, bastava ele o marido chegar em casa que ela reclamava das dores. E com os olhos marejados de lágrimas confessou que sua vida sexual estava acabada.


Ele um trabalhador comum operário do setor civil, saia cedo de casa, retornava ao lar somente ao escurecer. Mas era nesse retorno que sua esposa sofria da maldita dor de cabeça. Ele como médico precisava da paciente para avaliar sem ela ali não seria possível. Mas ele com toda sua experiência de vida porque o caso em questão não era experiência de saúde. Ele tinha dois diagnósticos: ou ela tinha outro e o evitava durante á noite quando o marido chegava ou o amor tinha acabado.


Mas ele não poderia dar esse diagnóstico para aquele homem. Isso não era problema dele. Não era isso que ele queria ouvir. Não foi atrás da sua experiência de vida que ele sentou em sua cadeira. Não teve dúvidas e falou: Vá buscar sua esposa ainda é cedo. preciso examina-lá.


Eram dez horas da manhã, ele havia faltado no trabalho para ir naquele consultório. Pelo horário sua esposa estaria acordada e o melhor sem dor alguma. Quem sabe antes de retornar ao consultório ele consiga ter sua mulher em seus braços. O corpo corresponde aos pensamentos estica a blusa. Pega a chave no bolso, abre a porta, entra no quarto.


Duas horas da tarde o movimento ainda era intenso naquela na rua. O carro do IML havia deixado aquele lugar alguns minutos. O médico olha o carro passando. Para ele aquilo era normal.

Pensa no paciente que não retornou com a esposa. Uma enfermeira entra em sua sala e diz: Doutor sabe aquele homem que veio aqui em seu consultório de manhã..se matou. Motivo ninguém sabe ao certo. O corpo foi encontrado pela esposa e pelo irmão do falecido na cozinha.


Ele tinha suas desconfianças.. Mas era apenas um médico.




Deusa....
















quinta-feira, 21 de maio de 2009

O MITO DO AMOR E DA TRAIÇÃO


AFRODITE E ARES
A chuva havia cessado e um clarão escarlate irrompia do Monte Olimpo espalhando-se pelas fachadas das casas caiadas de branco da cidade de Olímpia que, em festa, rendia tributos ao supremo deus dos deuses: Zeus. Dionísio, também, era reverenciado nas casas, através dos tonéis de vinho e nas alcovas e tendas dos amantes insaciáveis.
Musas de cabelos encaracolados, de peles alvas e seios fartos imitavam as ninfas das florestas cobertas apenas com nesgas de seda que desciam do pescoço e se enrolavam nas nádegas carnudas. Jovens guerreiros, másculos e orgulhosos, se misturavam nas tendas coloridas sob os olhares sedentos das belas jovens.
Quando a noite chegou as tochas foram acesas emprestando tons mais fortes àqueles viventes e uma orgia, mesclada de vinho e incenso, se espalhou por toda a cidade: sem pudor, as jovens virgens se entregavam aos poderosos guerreiros que as carregavam nos braços para uma tenda e, selvagens, seguravam seus seios, arrancavam-lhes beijos ardentes e as possuíam pelo tempo que as forças lhes permitiam.
Zeus, do Olimpo, a tudo assistia ao lado de Hera, e a todo tempo mostrava a Dionísio que ele também era responsável por toda aquela orgia. Dionísio, com um sorriso zombeteiro, apenas dizia: “Os mortais, nesse instante de prazer, sentem-se deuses. Deixem-nos”. Zeus, contudo, estava abatido:
Afrodite, a deusa do amor, a mais bela entre todas as deusas e mortais, desobedecia-o. Entregara-a para o mais infeliz de seus filhos – Hefesto – que nascera coxo, mas tornara-se um artista. Afrodite aceitou a imposição e casou-se com Hefesto, mas traia-o com Ares, o Deus da Guerra, o seu grande amor.
Nos corredores do palácio real Afrodite caminhava devagar, espalhando perfume de flores por onde passava. Seus cabelos loiros, sua pele alva e seus olhos azuis brilhavam e extasiavam os jovens deuses e causava fúria e inveja nas outras deusas, principalmente em Eris, a deusa da discórdia - que sabia que Afrodite era filha de Zeus com Perséfone, a deusa das flores.
Mais uma vez Afrodite deixou seu palácio e dirigiu-se para os braços de Ares que a esperava no leito. Mais uma vez Ares sentiu o corpo todo estremecer diante da estonteante mulher se despindo diante dele – tudo nela era perfeito e sua pele reluzia rija de desejo.
Enquanto isso, Eris incutia na mente de Hera que uma desgraça adviria daquele amor proibido se Zeus não o impedisse de continuar, pois Hefesto, filho legítimo de Zeus, já não era mais capaz de ser um grande artista. Hera exigiu de Zeus que terminasse com o amor de Afrodite e Ares, pela paz do Olimpo e da terra, ou ela convenceria Plutão, o deus da morte, a enviar uma praga que acometeria todos os mortais. Zeus suspirou e, não querendo discórdia com a esposa, dirigiu-se para o palácio de Ares e encontrou os dois amantes se deleitando sobre o leito em beijos apaixonados. Ordenou-lhes que se separassem daquele dia em diante e que Afrodite fosse plenamente fiel a Hefesto.
Completamente nua ela se levantou e, em silêncio, deixou o aposento. Naquele mesmo dia ela anunciou a Hefesto que descansaria na Ilha de Chipre. Colocou sua túnica branca, seu cinto de ouro e partiu. Na terra ganhou forma humana, enlouqueceu muitos homens e incutiu nas mentes de todos os mortais que o amor não é apenas encanto, devoção e prazer, mas crueldade, vingança e ciúme.
Enquanto chorava o amor perdido, Afrodite banhava-se nas águas do lago, e da sua essência nasceu uma linda ave de pescoço longo e olhar lânguido aque os homens batizaram de cisne; e nas suas margens brotaram esplêndidas flores brancas, rosas, vermelhas e amarelas que foram batizadas de rosas e mirtos.
Ares, contudo, inconformado com a imposição de Zeus, desceu a terra e foi à procura da sua amada, encontrando-a nua e reluzente a banhar-se no lago. A saudade de ambos era tamanha que não proferiram palavras, apenas se entregaram à volúpia e os seus gemidos foram ouvidos por toda a terra e no Olimpo. Eris, que vigiava os passos de Ares, correu a contar para Zeus a desobediência dos amantes.
Zeus, furioso, enviou um raio à terra que estremeceu os mares e as montanhas. Deixou o Olimpo, foi ao encontro dos amantes, achando-os sobre a relva macia de um bosque, e sentenciou: “deste instante e para sempre vocês estarão separados, ficarão no firmamento a olhar um para o outro, brilhando para os mortais”.
Assim, a primeira estrela a reluzir prateada no céu é Afrodite – que os romanos batizaram de Vênus - e, logo depois, deslumbrado com a sua beleza, surge o brilho vermelho de Ares – que os romanos batizaram de Marte – Os dois amantes condenados pela eternidade a se admirarem, distantes e infelizes.


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Dizem que amor não é apenas encanto, devoção e prazer, mas crueldade, vingança e ciúme............. uma eterna verdade na vida de quem tenta destruir o amor!

Deusa...
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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Apenas uma voz triste


Escuto uma voz triste.
Mas é apenas uma voz
Talvez seja de uma menina
preciosa.


Uma noite fria
Com lembranças amargas,
E um futuro incerto.
Ou muito certo.

Ela esconde sua insegurança.
Tem medo de arriscar,
Mas mesmo assim arrisca..
Mesmo com medo de fracassar.


Às vezes ela não sabe o
que falar.
Ela se cala...
Deixando muitos vazios
em sua volta.

Ela é durona, forte,
Briga e enfrenta.
Seus olhos brilham

As vezes chora
Com todas as lágrimas.
que podem existir dentro
dela.
Alguém lhe diz não chore.


As vezes ela olha em volta,
E sabe que não está sozinha.
E que nunca estará...


Muitas vezes essa menina
Fica cara-a-cara comigo,
E não é nenhuma lembrança
do passado.



São olhos que se cruzam
e se calam.
Quando eu me calo.
Ainda quero ouvir essa
menina cantar..
Novamente.



Não quero causar dor..
Nenhuma a mim mesma..
Mas as minhas palavras
Sempre são fortes e verdadeiras.

Deusa
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Apenas com um leve melancolia e como dize o poeta:
melancolia é apenas uma forma romântica de dizermos
que estamos triste.
É estou triste hoje.
E amanhã: é um outro dia!




domingo, 17 de maio de 2009

Deixa a vida me levar! Será?




Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio...” (Dostoiévski)

E fico eu me perguntando pq o ser humano tem tanto medo de enxergar a si próprio?
Não seria mais fácil viver dentro da verdade da vida?
O que somos? Pq que estamos no mundo?

Marilena Chaui descreve isso sabiamente:

Por que nada permanece idêntico a si mesmo? De onde vêm os seres? Para onde vão, quando desaparecem? Por que se transformam? Por que se diferenciam uns dos outros?

Mas também, por que tudo parece repetir-se? Depois do dia, a noite; depois da noite, o dia. Depois do inverno, a primavera, depois da primavera, o verão, depois deste, o outono e depois deste, novamente o inverno. Ninguém nasce adulto ou velho, mas sempre criança, que se torna adulto e velho.
( Convite a Filosofia)

Foram perguntas como essas que fizeram na Antiguidade mudar toda uma geração da humanidade com os filósofos..
Esses dias fiz um comentário no blog das "Moiras" que deu origem ao lindo post que Deusa Circe fez se solidarizando com os devaneios filosóficos dessa Deusa.

Tirar os outros da caverna não é tarefa fácil, é uma tarefa árdua, ainda mais quando o laboratório mental está a postos e tudo passa a ser motivos de condenações.
Qualquer coisa feita, qualquer atitude, é motivo de apontarem o dedo na cara e dizer umas “verdades” sombrias... não passam de sombras... Não estou dizendo que existe maneira de deter a verdade, pois não há. Mas existem formas de respeitar as verdades que se apresentam como diferentes das impressões sombrias de muitos, que só enxergam reflexos... infelizmente...
Vale a pena conferir ele na integra:

http://deusabruxavampira.blogspot.com/2009/05/alegoria-da-caverna_11.html


De tudo que Duda postou ali percebo que continuo com os mesmos pensamentos e indagações de vários séculos passados.

E hoje depois de conviver com todo tipo de ser humano..Chego a triste conclusão que pensar não é para qualquer um. Enxergar a verdade da vida muito menos ainda.

Mas hoje é domingo..ficarei aqui com o meu chopp..quem sabe escuto aquela famosa música da inércia..do filósofo de butequim Zeca Pagodinho..E vamos deixar a vida nos levar..Fácil..Fácil..assim..Será?


Eu já passei
Por quase tudo nessa vida
Em matéria de guarida
Espero ainda a minha vez
Confesso que sou
De origem pobre
Mas meu coração é nobre
Foi assim que Deus me fez...


Deixa a vida me levar
(Vida leva eu!)
Deixa a vida me levar
(Vida leva eu!)
Deixa a vida me levar
(Vida leva eu!)
Sou feliz e agradeço
Por tudo que Deus me deu...
(Zeca Pagodinho)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Como se fosse a primeira vez

<




Kleiton

Que você continue assim sempre assim..
Todos os dias me conquistando como se fosse a primeira vez.

Com todo o meu carinho!

Te amo

domingo, 10 de maio de 2009

Disque Sexo..Disque Deusa..Será?


Eu não vou falar de amor
E nem vou falar do tempo
Eu não vou dizer nada
Além do que estou dizendo
( Titãs)




Celular toca..atendo era uma amiga...
-Deusa preciso de sua ajuda..

Respondo...pode falar..
- Deusa preciso que vc me ajude a realizar uma fantasia.

Silêncio..meu..silêncio dela..

O restante nem preciso transcrever aqui..A questão é..

Será que o povo acha que a única coisa que faço na vida é ficar de pernas abertas? rs

Será que o meu celular tem perfil de disque Sexo? ou pensou em sexo..Disque Deusa?

Talvez eu mude de profissão..Nunca é tarde..rs

Ah! Deixemos isso pra-lá....


Afinal de contas:


Eu não vou dizer
O que realmente penso
Até mesmo porque
Não tenho nada a dizer
(Titãs)




Deusa...









quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quero

Kleiton

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amada.
No momento anterior
e no seguinte,como sabê-lo?

Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que
me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao dizer: Eu te amo,
desmentes apagas teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.

Quero ser amada por e em tua palavra
nem sei de outra maneira não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,

a perfeita maneira de saber-se amada:
amor na raiz
da palavra e na sua emissão.

amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som vibração espacial.

Se não me disseres urgente repetido
eu te amo amo amo amo amo..
Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia horade 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo...
Drummond..


Eu só quero lhe dizer que:

Eu Te Amo Muitooooooooooooooooooooo.....
Sua Deusa...











domingo, 3 de maio de 2009

Sessão nostalgia: Putas e Damas de antigamente


Tive o prazer de crescer ouvindo algumas histórias do meu avô sobre as putas e damas de antigamente. Principalmente as histórias do antigo prédio Martinelli em São Paulo.Onde ele durante muto tempo morou.

Mesmo antes de sua conclusão o prédio já havia se tornado um símbolo e ícone de São Paulo – em 1931 o inventor do rádio, Guglielmo Marconi, visitou a cidade e foi levado até o topo do edifício. Quando o Zeppelin sobrevoou a cidade em 1933, deu uma volta em torno do Martinelli. Foi nesse período que ele começou a morar ali.

Não irei me deter na história do seu fundador Giuseppe Martinelli e sim nas histórias que meu avô narrava com a arte de um contator de histórias. Durante esses momentos eu vivia cada cena narrada. Era um transportar de corpos e almas para o passado. O passado dele...tão rico em detalhes..Ele me falava dos cabarés..das mulheres que ficavam nas escadas em busca de clientes..e também da famosa sala de dança que ali existia. Tudo em volta do prédio também tinha o mesmo o" ar."
Entre os inquilinos do prédio, partidos políticos como o PRP, jornais, clubes (entre eles o Palmeiras e a Portuguesa), sindicatos, restaurantes, confeitarias, boates, um hotel (São Bento), o cine Rosário, a escola de dança do professor Patrizi. Mas voltemos ao Martinelli.

Dançar não era para qualquer um..principalmente quando se vêem para a uma cidade sem família e sem amigos..Como aprender a dançar em uma época que se um homem olhava para uma mulher já era visto com "maus olhos"?Como chamar uma moça para dançar? como ter a companhia de uma mulher..se o mercado de trabalho não possuia mulheres? Se as salas de aula eram separadas..Mulher valia ouro assim dizia meu avô..E para ter algumas.. ele pagava.

Assim era na antiga sala de dança do Martinelli..quer dançar? Paque a ficha e escolha sua parceira de dança..Com ela se aprendia a dançar..flertar..namorar não! Namorar já eram com outras damas..que podiam ser escolhidas nos cabarés.Cabaré é algo que "quase" não existe mais. Era o local de trabalho das damas, das mulheres da noite. Nele havia uma dona, geralmente uma senhora respeitável, dona na arte de fazer um homem gemer sem sentir dor, conhecedora de mistérios somente revelados à meia luz, entre gemidos e sussurros.

Ali existiam as meninas, elas tinham, cada uma, seu quarto, suas coisinhas, seu mundo. Tinham hora para trabalhar. Tinham clientes preferidos. Também tinham amigos. Tinham uma vida. E, acredite, essa não era nada fácil. Meu avô foi amigo de várias delas. Conheço várias histórias delas. Acredito que meu avô me trasformou em uma espécie de diário dele. Foi assim desde os meus oito anos de idade até o dia de sua morte. Ele foi um grande amigo.

As putas meu avô costumava falar que eram as meninas que ficavam nas esquinas das ruas. A perdidas entre as escadarias. E naquela época era muito normal a rivalidade entre elas..havia o status de pertencer aos cabarés.Podiam ser putas como todas as outras..mas eram putas de luxo..eram verdadeiras: Damas na arte de receber.


Pagava-se para entrar..pagava-se para beber..e se sobrava uma grana pagava para namorar uma delas.Ir a um cabaré nem sempre significava buscar sexo pago. Freqüentava-se cabaré para beber, conversar com os amigos, com as meninas da casa, ver um show, enfim, para se divertir e relaxar. Ao final, meu avô falava: " voltava para casa de espírito mais tranqüilo e sem necessariamente ter chegado às vias de fato". Ali ele mantinha boa parte de seus amigos.
Diferentemente da França da Belle Époque..onde os cabarés se constituiam por frequentadores das camadas mais abastadas..No Brasil dos idos de 1925 até os meados do anos cinquenta com a extinção dos cassinos o Brasil viveu seu apogeu com os cabarés..frequentados muitas vezes por trabalhadores que viviam em busca de lazer..companhia e prazer..Classe operária viveu seu paraíso.
Meu avô viveu no Prédio Martinelli até o fim dos anos quarenta e inicio dos anos cinquenta.
Era das Putas e Damas que ele dizia sentir mais saudades...
Hoje acordei com uma saudade sem fim dele..e nem as minhas lágrimas conseguiram diminuir a saudade..Precisei escrever..falar dele..e daquilo que ele mais gostava de sentir saudades..das putas e damas que povoaram São Paulo de antigamente.
Deusa


sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sejam bem vindos


Sejam bem vindos!
Aos que me amam,
Sejam bem vindos..
Aos que me querem bem.
Sejam bem vindos..
Aos que me entendem,
Sejam bem vindos...
Aos que querem me ajudar...
Sejam bem vindos...
Aos que me fazem carinho....
Sejam bem vindos..
Sejam bem vindos os que se julgam,
Meus inimigos..
Aos que não me amam...
Perdôo...amas a quem quer!
Aos que não me querem bem,
Mal a mim, não fazes, pode virar contra ti...
Sejam bem vindos
Aos que não podem ajudar,
Também não venha me atrapalhar...
Aos que não me tratam com carinho.
Favor também não caluniar...difamar..
Sejam bem vindos
Aos que me querem, ou não me querem bem!!
Peço a Deus que mesmo assim,
Me de a sabedoria, de me manter em silêncio.
E não rebater com tolos....
Que o mundo...tem espaço, até para esses...
Que não sabem o que suas línguas falam:
O que sai da boca...é tão forte para abençoar,
Como para amaldiçoar.
Mesmo assim:
Sejam bem vindos! A todos!